Quando o Dr. Nitom lançou "Meio Século da Roça á Cidade", em 1970, quando Currais Novos comemorava o seu cinquentenário como cidade (1920-1970), quando fala da sua chegada, para residir na Rua Capitão-mor Galvão, em 1912, a rua já ostentava este nome, pois foi esta a primeira a ganhar foros de rua da edilidade, portanto muito antiga a Rua Capitão-mor Galvão, muito antiga a Rua Grande, ou a Rua da Cadeia, numa nomenclatura popular mais atual.
Fui criado na casa dos meus avós paternos, Biu Guarda e Chiquinha de Biu, parteira, mas meu pai residia imediatamente de frente, onde hoje mora meu irmão Vlaudey. Como vizinhos, tínhamos as mais singulares figuras: Antônio Julião e dona Severina, Manoel Americano e dona Bertina, Zé de Assis e dona Júlia Duarte, Zé Segundo Pires e dona Toinha Vasconcelos, Chico Aureliano e dona Lourdes, Ana Bento, Zé Emerentino e dona Marola Gomes, Maria do Carmo Damascena, Paulino Jerônimo, dona Amélia Vasconcelos, Sebastião Garcia, Euzébio Azevêdo e Ana Coró, Morais Medeiros e dona Marié, Alcindo Salustiano e dona Teresa, dona Maria Leite e as filhas: Cordeira, Rita e Mimosa; dona Maria Bandeira, Naninha Bandeira, seu Severino dos Ramos e dona Astrogilda, seu Manoel Pinto, seu Antônio Quintino, Chico Loló e Iracilda, Severino Gonçalves, as irmãs Nana e Lulú Albuquerque, dona Lulú Galvão, Maneto Galvão e dona Loura, seu Antônio Bezerra Linhares e dona Sinhá, Basílio Dantas, Gérson Cruz e dona Justina, seu Chico Jorge, dona Tutú dos Anjos, etc. Tutte buona gente.
Era a Rua Grande a rua da oficina de seu Zé Augusto e Zé Paródi, do Armazém e Serraria Floresta, da Padaria Central, da Fábrica de Brinquedos, da Fábrica de Gelo, da velha Usina de Força e Luz e do Quartel da Polícia Militar. Era também a rua das bodegas famosas, de João Ferreira,de seu Manequinho Medeiros e de seu Delmiro, por extensão, tinha também a bodega de Quinino Silveira, justamente no beco de João Ferreira (Rua José Bandeira).
Na antiga Rua Sant'Ana (a velha Rua do Riacho - [hoje Rua Santo Antonio] por que mudaram o nome?), transversal a Rua Capitão-mor Galvão, residia uma senhora chamada dona Tutú, irmã do coronel Manoel Aleixo de Maria, que as segundas feiras fazia vendagens de bolos, doces secos, cocadas, alfenis, etc., e todas as segundas feiras, bem cedinho, sentava-me á porta de casa á espera dos alfenins que ela graciosamente me ofertava, quando subia em demanda da feira, naquele tempo ainda assentada na Rua Lula Gomes. Era uma mulher alta, gorda, conservadora nos costumes e procedimentos, que usava várias saias, uma por sobre a outra, á moda antiga, pois faleceu na mesma casa e a mesma rua, quase centenária. Um pouco mais abaixo residia seu Biu (botador d'água), irmão de Maria das Neves, antiga cozinheira do Hospital Padre João Maria, na mesma casa hoje, seu filho Antônio mantém uma serralharia. Seu Biu era cheio de piadas e presepadas, principalmente quando tomava umas e outras talagadas. Era um brincalhão em pessoa.
Foi nessa mesma rua, contígua a antiga pedra anexa a residência de seu Manequinho Medeiros, que meu tio-avô, o velho José Liberato de Souza, tropeiro, no início do século, levantou a primeira casa de moradia, que hoje pertence aos herdeiros do finado Jorge Albuquerque, que ostenta uma lanchonete em sua parte frontal.
Era a Rua Grande um verdadeiro celeiro da fauna de "moleques" que a infestava. Eu, os filhos de seu Paulino (Edgar e Eudes), Dôte de seu Bezerra, Zezinho e Lula de Ana Bento, Pindoba de Chico Aureliano, Justo, Vevé, Bardhal e Tota de Napoleão; João de Biu; Assis, Valdinho e Titi de Antônio Alves; Toco, Bola e Nequinho de Mané Grosso, Ivanildo de João Ferreira, Paulo de Cassiano; Tota, Jackson e Galego de Zé Paz, Willian e Clébio de Antônio Costa; Celso, Marcos e Cabo Dal de Raimundo Cruz, além de muitos outros que, residindo em ruas paralelas, sempre apareciam, principalmente para os "mirins" de futebol na calçada do Armazém Floresta, antes do expediente da tarde se iniciar. Em dias de domingo, a pelada corria frouxa, a toda hora.
Á mesma época, havia o folclórico João de Chicó, fogueteiro de profissão, que mantinha uma bomba pendurada na janela, como atrativo de marketing para os produtos pirotécnicos por ele fabricados. Seu João criava um bode pai-de-chiqueiro e uma grande Gia no depósito de fogos, além de velhos instrumentos musicais da antiga banda de música, pois também era instrumentista de bombardino.
Residia a mesma rua, vizinha a casa do meu avô, dona Júlia Duarte de Assis, viúva do marchante José de Assis, compadres de minha avó. Mulher voluntariosa, impulsiva, dinartista de carteirinha que, mantendo um pé de fícus á sua porta, em noites de passeatas do "bacurau", prostrava-se com uma chibata nas mãos, para impedir que os passeantes arrancassem galhos de sua árvore de estimação. Dona Júlia era mãe da Prof. Francinete Duarte, residente em Palmares-PE, e tia do não menos folclórico Chico Barraqueiro.
Da Padaria Central (ainda hoje existente, capitaneada pelo amigo José Augusto, filho de José Pinheiro) lembro-me de alguns empregados daqueles tempos: Joca, Teodoro, Armando, Geraldo, Brejeiro, Zé Elisbão, e o seu proprietário, José Pinheiro Neto. Alcancei ainda, tanto a revenda de produtos bem como a fabricação dos mesmos, localizando-se imediatamente de frente, ou seja, onde hoje situa-se o setor de fabricação.
Da oficina de seu José Augusto, lembro-me de Zé Paródi (que acabou por herdá-la), de seu Tomas, de Zé Teteu, de Fernando de seu Tomás e o outro Fernando, sobrinho deste, de Chico, de Nego Antônio, de Bento e de muitos outros que por ali passaram e prestaram seus serviços.
(Rua Capitão-mor Galvão (Rua Grande), anos 60)
Fui criado na casa dos meus avós paternos, Biu Guarda e Chiquinha de Biu, parteira, mas meu pai residia imediatamente de frente, onde hoje mora meu irmão Vlaudey. Como vizinhos, tínhamos as mais singulares figuras: Antônio Julião e dona Severina, Manoel Americano e dona Bertina, Zé de Assis e dona Júlia Duarte, Zé Segundo Pires e dona Toinha Vasconcelos, Chico Aureliano e dona Lourdes, Ana Bento, Zé Emerentino e dona Marola Gomes, Maria do Carmo Damascena, Paulino Jerônimo, dona Amélia Vasconcelos, Sebastião Garcia, Euzébio Azevêdo e Ana Coró, Morais Medeiros e dona Marié, Alcindo Salustiano e dona Teresa, dona Maria Leite e as filhas: Cordeira, Rita e Mimosa; dona Maria Bandeira, Naninha Bandeira, seu Severino dos Ramos e dona Astrogilda, seu Manoel Pinto, seu Antônio Quintino, Chico Loló e Iracilda, Severino Gonçalves, as irmãs Nana e Lulú Albuquerque, dona Lulú Galvão, Maneto Galvão e dona Loura, seu Antônio Bezerra Linhares e dona Sinhá, Basílio Dantas, Gérson Cruz e dona Justina, seu Chico Jorge, dona Tutú dos Anjos, etc. Tutte buona gente.
Era a Rua Grande a rua da oficina de seu Zé Augusto e Zé Paródi, do Armazém e Serraria Floresta, da Padaria Central, da Fábrica de Brinquedos, da Fábrica de Gelo, da velha Usina de Força e Luz e do Quartel da Polícia Militar. Era também a rua das bodegas famosas, de João Ferreira,de seu Manequinho Medeiros e de seu Delmiro, por extensão, tinha também a bodega de Quinino Silveira, justamente no beco de João Ferreira (Rua José Bandeira).
Na antiga Rua Sant'Ana (a velha Rua do Riacho - [hoje Rua Santo Antonio] por que mudaram o nome?), transversal a Rua Capitão-mor Galvão, residia uma senhora chamada dona Tutú, irmã do coronel Manoel Aleixo de Maria, que as segundas feiras fazia vendagens de bolos, doces secos, cocadas, alfenis, etc., e todas as segundas feiras, bem cedinho, sentava-me á porta de casa á espera dos alfenins que ela graciosamente me ofertava, quando subia em demanda da feira, naquele tempo ainda assentada na Rua Lula Gomes. Era uma mulher alta, gorda, conservadora nos costumes e procedimentos, que usava várias saias, uma por sobre a outra, á moda antiga, pois faleceu na mesma casa e a mesma rua, quase centenária. Um pouco mais abaixo residia seu Biu (botador d'água), irmão de Maria das Neves, antiga cozinheira do Hospital Padre João Maria, na mesma casa hoje, seu filho Antônio mantém uma serralharia. Seu Biu era cheio de piadas e presepadas, principalmente quando tomava umas e outras talagadas. Era um brincalhão em pessoa.
Foi nessa mesma rua, contígua a antiga pedra anexa a residência de seu Manequinho Medeiros, que meu tio-avô, o velho José Liberato de Souza, tropeiro, no início do século, levantou a primeira casa de moradia, que hoje pertence aos herdeiros do finado Jorge Albuquerque, que ostenta uma lanchonete em sua parte frontal.
Era a Rua Grande um verdadeiro celeiro da fauna de "moleques" que a infestava. Eu, os filhos de seu Paulino (Edgar e Eudes), Dôte de seu Bezerra, Zezinho e Lula de Ana Bento, Pindoba de Chico Aureliano, Justo, Vevé, Bardhal e Tota de Napoleão; João de Biu; Assis, Valdinho e Titi de Antônio Alves; Toco, Bola e Nequinho de Mané Grosso, Ivanildo de João Ferreira, Paulo de Cassiano; Tota, Jackson e Galego de Zé Paz, Willian e Clébio de Antônio Costa; Celso, Marcos e Cabo Dal de Raimundo Cruz, além de muitos outros que, residindo em ruas paralelas, sempre apareciam, principalmente para os "mirins" de futebol na calçada do Armazém Floresta, antes do expediente da tarde se iniciar. Em dias de domingo, a pelada corria frouxa, a toda hora.
Á mesma época, havia o folclórico João de Chicó, fogueteiro de profissão, que mantinha uma bomba pendurada na janela, como atrativo de marketing para os produtos pirotécnicos por ele fabricados. Seu João criava um bode pai-de-chiqueiro e uma grande Gia no depósito de fogos, além de velhos instrumentos musicais da antiga banda de música, pois também era instrumentista de bombardino.
Residia a mesma rua, vizinha a casa do meu avô, dona Júlia Duarte de Assis, viúva do marchante José de Assis, compadres de minha avó. Mulher voluntariosa, impulsiva, dinartista de carteirinha que, mantendo um pé de fícus á sua porta, em noites de passeatas do "bacurau", prostrava-se com uma chibata nas mãos, para impedir que os passeantes arrancassem galhos de sua árvore de estimação. Dona Júlia era mãe da Prof. Francinete Duarte, residente em Palmares-PE, e tia do não menos folclórico Chico Barraqueiro.
Da Padaria Central (ainda hoje existente, capitaneada pelo amigo José Augusto, filho de José Pinheiro) lembro-me de alguns empregados daqueles tempos: Joca, Teodoro, Armando, Geraldo, Brejeiro, Zé Elisbão, e o seu proprietário, José Pinheiro Neto. Alcancei ainda, tanto a revenda de produtos bem como a fabricação dos mesmos, localizando-se imediatamente de frente, ou seja, onde hoje situa-se o setor de fabricação.
Da oficina de seu José Augusto, lembro-me de Zé Paródi (que acabou por herdá-la), de seu Tomas, de Zé Teteu, de Fernando de seu Tomás e o outro Fernando, sobrinho deste, de Chico, de Nego Antônio, de Bento e de muitos outros que por ali passaram e prestaram seus serviços.
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