(Foto ilustrativa, sem conexão com o texto)
Versos em homenagem a antiga "Casa Velha", de Cêrro Corá, hoje Bairro "Tancredo Neves", onde nasceu minha avó, Francisca Tereza Liberato, do clã dos "Viana-Guedes-Araújo", naquele distante ano de 1912, quando ainda era uma vila chamada "Caraúbas".
Casa Velha
(Volney Liberato - 1997)
Já não habita ninguém na Casa Velha
Na verdade, há
muito tempo que a velha casa
virou coito de
morcegos.
E quem passa
assim e a vê
Nem imagina o
que foi em seu passado.
Jardins
festivos,
Alpendres
iluminados,
Salas amplas,
lustres ardentes,
Longos
corredores
E camarinhas
segregadas.
Quem vê suas
ruínas
Pode perceber a
agonia de suas paredes
Vista pelas
cicatrizes marcantes
Deixadas pela
queda do reboco.
Alma na pedra;
Galhos
retorcidos já lhe enfeitam a fachada
De coloridos e
incompletos relevos.
Piso de areia, a
cobrir o mármore
Onde pisou
muitas gerações.
Quando passo à
noite
Pela sua
calçada,
Imagino os
fantasmas
Que ali se
reúnem
Em praça
festiva;
E que nos olham
de soslaio,
Nos vendo como
seres inconcebíveis
Vindos de um
mundo distante
E inacessível.
No na Casa Velha, reinam eles,
a quem o tempo
apagou as memórias
mas que convivem
ainda ali, nos escombros,
como que
compartilhando a mesma dimensão.
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